quarta-feira, 24 de setembro de 2008

PINTANDO O SETE

4 comentários:

Rodrigues Lima disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Rodrigues Lima disse...

"A MEMÓRIA TELÚRICA DA PARAHYBA NAS TELAS DA PRIMEIRA FASE DE RODRIGUES LIMA"

Profº. Marcílio Reinaux (*)

"C’est dans L’Art que L’homme se dépasse itivement lui-même."
Simone de Beauvoir (1908) no texto "Privilégios"

A frase de Simone Beauvoir ao afirmar que: “É na arte que o homem se ultrapassa definitivamente”, nos leva para um breve processo reflexivo a identificar que é a arte ou em todas as formas de arte, que o homem – melhor dizendo: o artista, aquele que cria – se encontra e até se ultrapassa. Significa também em outras palavras, é pela arte, que nós artistas, alcançamos aquela desejada sensação de realização, quando criamos e quando produzimos manifestações artísticas e estéticas, dentro daquele segmento do qual temos o dom e a capacidade de realizar.
No nosso entender todas as manifestações da arte, como a música, a literatura, (a poesia) a dança e o teatro, suscitam a quem as concebe e as produz, aquele sentimento de realização que o ato criador enseja. Mas, sem demérito para aqueles segmentos das artes e até por experiência própria, parece-nos que as Artes Plásticas, ou seja, aquelas que secularmente foram chamadas de “Belas Artes” permitem que o sentimento de realização seja mais forte.
Na pintura de Rodrigues Lima, sente-se como verdadeiro aquela visão de ultrapassagem da qual Simone de Beauvoir. Ou seja, o artista nos transmite em suas telas, a certeza do que ele é, do que ele tem e do que ele nos revela: a beleza de mundos passados. O artista – ao pintar o antigo - encontra-se consigo mesmo, alcançando os píncaros, se não do estrelato, mas da consciência da realização da criação da obra de arte. Mas ainda é quando esta arte, a de Rodrigues Lima, vai debruçar-se na fantástica paisagem telúrica de idos, da antiga Paraíba. É como se fora um desaferrolhar os tempos, rebuscando nos recônditos da História da Paraíba os Monumentos, (quase esquecidos) o resgate de imagens quase passadas. São casarões, arruados, vilas bucólicas, com paisagens simples, da gente simples e humilde, que construíram uma terra de gloriosas tradições. “Um arruar, gostoso de se ver”, como diria Gilberto Freyre, se tivesse conhecido esta pintura.















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As telas de Rodrigues Lima, no dizer de Francisco Pereira da Silva, professor do Departamento de Artes da UFPB, “devolve à atualidade, as imagens de um mundo bucólico que foi...”. Com efeito, as lembranças dos tipos, das feições do casario, da arquitetura colonial rica nos detalhes e arabescos das fachadas, dos arcos, das cornijas, frontões e paços, formatam uma herança colonial, por isso mesmo, uma herança muito rica, no contexto da Cultura da Paraíba, que o artista resgata.
Colocar tais aspectos paisagísticos, do denso conteúdo historiográfico, com o rejuvenescer da memória de um passado eloqüente, foi e tem sido tarefa das mais representativas, saída das telas pintadas pelas mãos hábeis, as quais tecendo com nuances de manchas e formas ricas em maestria e sensibilidade traduzem de maneira convincente o trabalho do pintor Rodrigues Lima.

(*) – Marcílio Reinaux, professor de “História da Arte”, tendo lecionado por trinta anos nos Cursos da Universidade Federal de Pernambuco.

Rodrigues Lima disse...

"A MEMÓRIA TELÚRICA DA PARAHYBA NAS TELAS DA PRIMEIRA FASE DE RODRIGUES LIMA"

Profº. Marcílio Reinaux (*)

"C’est dans L’Art que L’homme se dépasse itivement lui-même."
Simone de Beauvoir (1908) no texto "Privilégios"

A frase de Simone Beauvoir ao afirmar que: “É na arte que o homem se ultrapassa definitivamente”, nos leva para um breve processo reflexivo a identificar que é a arte ou em todas as formas de arte, que o homem – melhor dizendo: o artista, aquele que cria – se encontra e até se ultrapassa. Significa também em outras palavras, é pela arte, que nós artistas, alcançamos aquela desejada sensação de realização, quando criamos e quando produzimos manifestações artísticas e estéticas, dentro daquele segmento do qual temos o dom e a capacidade de realizar.
No nosso entender todas as manifestações da arte, como a música, a literatura, (a poesia) a dança e o teatro, suscitam a quem as concebe e as produz, aquele sentimento de realização que o ato criador enseja. Mas, sem demérito para aqueles segmentos das artes e até por experiência própria, parece-nos que as Artes Plásticas, ou seja, aquelas que secularmente foram chamadas de “Belas Artes” permitem que o sentimento de realização seja mais forte.
Na pintura de Rodrigues Lima, sente-se como verdadeiro aquela visão de ultrapassagem da qual Simone de Beauvoir. Ou seja, o artista nos transmite em suas telas, a certeza do que ele é, do que ele tem e do que ele nos revela: a beleza de mundos passados. O artista – ao pintar o antigo - encontra-se consigo mesmo, alcançando os píncaros, se não do estrelato, mas da consciência da realização da criação da obra de arte. Mas ainda é quando esta arte, a de Rodrigues Lima, vai debruçar-se na fantástica paisagem telúrica de idos, da antiga Paraíba. É como se fora um desaferrolhar os tempos, rebuscando nos recônditos da História da Paraíba os Monumentos, (quase esquecidos) o resgate de imagens quase passadas. São casarões, arruados, vilas bucólicas, com paisagens simples, da gente simples e humilde, que construíram uma terra de gloriosas tradições. “Um arruar, gostoso de se ver”, como diria Gilberto Freyre, se tivesse conhecido esta pintura.
As telas de Rodrigues Lima, no dizer de Francisco Pereira da Silva, professor do Departamento de Artes da UFPB, “devolve à atualidade, as imagens de um mundo bucólico que foi...”. Com efeito, as lembranças dos tipos, das feições do casario, da arquitetura colonial rica nos detalhes e arabescos das fachadas, dos arcos, das cornijas, frontões e paços, formatam uma herança colonial, por isso mesmo, uma herança muito rica, no contexto da Cultura da Paraíba, que o artista resgata.
Colocar tais aspectos paisagísticos, do denso conteúdo historiográfico, com o rejuvenescer da memória de um passado eloqüente, foi e tem sido tarefa das mais representativas, saída das telas pintadas pelas mãos hábeis, as quais tecendo com nuances de manchas e formas ricas em maestria e sensibilidade traduzem de maneira convincente o trabalho do pintor Rodrigues Lima.

(*) – Marcílio Reinaux, professor de “História da Arte”, tendo lecionado por trinta anos nos Cursos da Universidade Federal de Pernambuco.

Unknown disse...

Rodrigues, vi o seu trabalho no catálogo "As cores da arte paraibana" e fiquei impressionada com a tela "árvore da vida". Uma sensação que mistura saudade, imaginário e poesia.
Adorei.